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Criada Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto
República Federativa do Brasil
Estado do Ceará
Município de Juazeiro do Norte
Poder Executivo

LEI Nº 3010, DE 23 DE MARÇO DE 2006
Cria a Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto e dá outras providências.
O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará.
Faço saber que a CÂMARA MUNICIPAL aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. Fica criada a Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto, com personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, vinculada à Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte – SECE., de duração indeterminada, com sede e foro nesta cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, com autonomia administrativa, financeira-orçamentária e patrimonial, regendo-se por seus Estatutos, aprovado por Decreto Municipal.
Art. 2º. A Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto é parte integrante do sistema Municipal de Educação, regendo-se, por esta Lei, e no que couber, pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1.999.
Art. 3º. A Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto tem, entre outros, os seguintes objetivos:
I - atuação e manutenção da Educação Infantil e Fundamental, em regime de tempo integral, com currículos
próprios e ênfase para Educação Ambiental na integração harmônica entre o homem e a natureza que o cerca;
II - atuação e manutenção em tempo e atenção integral, em caráter profissionalizante, voltado para cursos que preparem os estudantes em cursos de formação de técnicos em manejo da fauna, da flora e em ecoturismo.
III - atuação e manutenção, por meios próprios ou por convênios e acordos a serem celebrados com outras instituições, nacionais e internacionais, governamentais e não governamentais de cursos, oficinas, encontros e programas de educação formal e não formal, assim entendidos os projetos de pesquisas e de atendimento comunitário em todas as áreas de conhecimento que envolva o estudo do meio-ambiente, aí incluído até experiências inovadoras em termos de desenvolvimento humano sustentado.
Art. 4º. São recursos da Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto:
I - as dotações orçamentárias a ela destinadas;
II - as receitas resultantes de prestações de serviços;
III - as dotações e receitas que lhe forem destinadas pela celebração de convênios e acordos com instituições nacionais e/ou internacionais, governamentais e não governamentais, em razão de projetos e programas conjuntos que venham a ser celebrados.
IV - bens móveis e imóveis, diretos e créditos que lhe forem destinados pelo Município ou terceiros;
V - os resultados de operações de créditos, financiamentos e repasses, obtidos para atender as finalidades da Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto;
VI - receitas patrimoniais;
VII - doações e subvenções;
VIII - recursos provenientes de outras fontes, inclusive incentivos fiscais.
Art. 5º. O patrimônio da Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto será utilizado e aplicado exclusivamente para os objetivos aos quais se destina, na forma prevista por seu Estatuto.
Art. 6º. A Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto será isenta de qualquer tributos municipais.
Art. 7º. Em caso de extinção da Fundação Escola de Educação Ambiental seus bens serão, automaticamente, incorporados ao patrimônio do Município de Juazeiro do Norte.
Art. 8º. São órgãos da Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto:
I - Conselho de Administração
II - Presidência
III - Diretoria Técnica
IV – Diretoria Administrativa - Financeira
Art. 9º. Os programas e cursos de Educação Formal da Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto, serão executados sob a orientação pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte - SECE.
Parágrafo único – A Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte – SECE colocará à disposições da Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto, o corpo docente necessário ao desenvolvimento das atividades relativas à Educação Formal.
Art. 10. As Receitas e Despesas da Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto, serão desdobradas em Orçamento Próprio e elaboradas em conformidade com as normas adotadas no Orçamento do Município, no que couber.
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12 - Revogadas as disposições em contrário.
Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 23 (vinte e três) dias do mês de março do ano dois mil e seis (2006).
RAIMUNDO MACÊDO
PREFEITO DE JUAZEIRO DO NORTE
Publicada em 04/04/2006

55 Anos de Ordenação de Monsenhor Murilo - Por Elias Romeiro
15 de dezembro de 1957 - 15 de dezembro de 2012
55 Anos de Ordenação Sacerdotal de Meu Amigo/Pai Mons. Francisco Murilo Corrêa de Sá Barreto.
" De todas as coisas divinas a mais divina é cooperar com Deus na salvação das almas." Lembrancinha de sua ordenação.
Mons. Murilo vem de uma família de muitos padres: Mons.Macedo, Callou, Barreto Coelho, Pedro Celestino,Padres Murilo Sabiá,Alzir Sampaio,
Luiz Parente...
No livro de sua autoria: Testemunho,serviço e fidelidade Ele descreve aquele bendito dia.
"Manhã de domingo, tempo de advento. Cariri molhado. A terrinha de Santo Antônio, em festa. A Festa dos humildes, dos simples, enriquecida pela Fé. Nosso Vigário, maestrava a celebração....Era a primeira vez que Barbalha participava de uma Ordenação do filho da terra. Todos conheciam muito bem o filho de sua Passim. Queremos ver, quando é que ele vai cair, deitar-se no chão-era natural. A minha primeira Missa aproximou os ramos da família de meu Pai,onde, a figura de meu padrinho de batismo - Dr. Leão Sampaio, sempre de pé no altar mor do padroeiro. Ao lado,Tio Alfredo, pelo lado de minha Mãe. No centro, parentes que vieram de Pernambuco, Fortaleza. A Matriz ficou lotada...
Madrinha Iró consagrou sua vida, aos trabalhos da Igreja. Mas com uma nobre intenção - pela vocação e perseverança de Murilo.
A meus benfeitores que são tantos, hoje, no declínio de suas peregrinas jornada de interpretar a vontade de Deus, aos que celebram a Fé, diante de Deus, na eternidade. A uns e outros, dedico, diariamente um momento na Santa Missa. Foi a maneira que encontrei para agradecer-lhes. Estar ao seu lado, e quando me permitem as intensas atividades da Paróquia de Juazeiro, faço fé nas alegrias e tristezas, sombras e clarões que a vida nos oferece."



Monsenhor Murilo: sétimo aniversário de morte
No dia 5 passado foi lembrado o aniversário de 7 anos da morte de Monsenhor Murilo de Sá Barreto. Após o terço, acompanhado por muitos amigos, admiradores, familiares e romeiros,  rezado às 18 horas,  realizou-se uma missa na Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores concelebrada pelos padres Padre Joaquim Cláudio,  Aureliano,  João  e monsenhor  Jose Alves de Oliveira. (Fotos de Pautília Feraz)



Por que Monsenhor Murilo foi sepultado na 
Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores

Quando Monsenhor Murilo morreu ficou a dúvida: onde deveria ser sepultado? No cemitério da sua família, em Barbalha, sua terra natal, ou em Juazeiro do Norte? A dúvida foi desfeita quando dona Assunção Gonçalves mostrou um cartão que havia feito juntamente com o historiador e amigo de Mons. Murilo, Armando Rafael, o qual fora colocado dentro do túmulo que o "secretário de obras" da Paróquia de Nossa Senhora das Dores da época, Marcílio Sobreira, havia construído para sepultar o vigário da Paróquia. Abaixo mostramos uma cópia do referido cartão e duas fotos do túmulo.
















 
No primeiro túmulo a foto de Monsenhor Murilo era uma reprodução de uma tela feita pelo artista plástico Daniel Filho. O túmulo atual tem uma foto dele clicada alguns meses antes do seu falecimento.

CRIADO BAIRRO  MONS. MURILO
  Renato Casimiro

Já está em vigor a LEI Nº 4099, DE 24 DE OUTUBRO DE 2012, publicada no Diário Oficial do Município de Juazeiro do Norte, com data de 26.10.2012, que cria o Bairro Monsenhor Francisco Murilo de Sá Barreto, desmembrado do Bairro Brejo Seco,  e dá denominação de dezenas de artérias públicas daquele bairro. O referido bairro deverá ficar mesmo com o nome mais curto de Bairro Mons. Murilo. O projeto foi apresentado pelos vereadores Tarso Magno e José Amélia Junior.
No seu Art. 1º, o BAIRRO MONSENHOR FRANCISCO MURILO DE SÁ BARRETO, ficou estabelecido como o desmembrado do bairro Brejo Seco, na sede da urbe, com os seguintes limites e confrontações: ao NORTE, com o prolongamento ou projeção da Rua José Antônio Severino e com a Rua Projetada 44 do Loteamento Oásis do Cariri (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo); ao SUL, com a Avenida Aureliano Pereira da Silva (Lei nº 4.048/2012); ao LESTE, com a Avenida Monsenhor José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) e ao OESTE, com o Loteamento Planalto Central, toda a área compreendida pelos LOTEAMENTOS OÁSIS DO CARIRI e NOVO MILÊNIO.

No seu Art. 2º ficaram estabelecidas oficialmente as denominações das suas 73 ruas iniciais, como abaixo se descreve.

I – AVENIDA AGRICULTOR DAMIÃO QUIRINO DA SILVA, a Avenida Projetada 01, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

II – AVENIDA VEREADOR GETÚLIO GRANJEIRO PEREIRA, a Avenida Projetada 02, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 02 (Rua Radialista Francisco Madeilton Alexandre) e término na Avenida Monsenhor José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) do Loteamento Oásis do Cariri;

III – RUA TAXISTA PEDRO SÉRGIO DE ARAÚJO (PEDRO FUNIL), a Rua Projetada 44, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Antônio Amorim da Silva e término na Avenida Monsenhor
José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) do Loteamento Oásis do Cariri;

IV – RUA RADIALISTA FRANCISCO MADEILTON ALEXANDRE, a Rua Projetada 02, sentido Norte/Sul, inicio na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

V – RUA RADIALISTA FRANCISCO EDMILSON TAVARES, a Rua Projetada 03, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

VI - RUA PROFESSORA MARIA DAS GRAÇAS BOAVENTURA (DADA) a Rua Projetada 12, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

VII - RUA NOÊMIA APARECIDA DE MELO CALÁBRIA, a Rua Projetada 13, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Av. Aureliano Pereira da Silva do Loteamento Oásis do Cariri;

VIII - RUA JOÃO PEDRO NETO, a Rua Projetada 24, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Av. Aureliano Pereira da Silva do Loteamento Oásis do Cariri;

IX - RUA ROBERTO MATOS RODRIGUES, a Rua Projetada 25, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Av. Aureliano Pereira da Silva do Loteamento Oásis do Cariri;

X - RUA RAIMUNDO BOAVENTURA DE SOUZA, a Rua Projetada 26, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 39 (Rua Antônio Vieira dos Santos) e término na Av. Aureliano Pereira da Silva do Loteamento Oásis do Cariri;

XI – RUA RAIMUNDA DIOCINA RODRIGUES, a Rua Projetada 45, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Antônio Amorim da Silva e término na Rua Projetada 05 (Rua Felizarda dos Santos) do Loteamento Oásis do Cariri;

XII – RUA JOÃO SEVERO DA SILVA, a Rua Projetada 46, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Antônio Amorim da Silva e término na Rua Projetada 05 (Rua Felizarda dos Santos) do Loteamento Oásis do Cariri;

XIII - RUA FIDELIS TEIXEIRA LUNA, a Rua Projetada 35, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 02 (Rua Radialista Francisco Madeilton Alexandre) e término na Rua Projetada 26 (Rua Raimundo Boaventura de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XIV - RUA ADVOGADO CÍCERO EMERICIANO DA SILVA, a Rua Projetada 36, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 08 (Rua Vereador Amarílio Pequeno da Silva) e término na Rua Projetada 26 (Rua Raimundo Boaventura de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XV - RUA EDITE CABRAL SALES, a Rua Projetada 38, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 08 (Rua Vereador Amarílio Pequeno da Silva) e término na Rua Projetada 26 (Rua Raimundo Boaventura de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XVI - RUA SEVERINA DO CARMO DE SOUZA (Dona Servi), a Rua Projetada 30, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Antônio Amorim da Silva e término na Avenida Monsenhor José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XVII - RUA ABIGAIL ROCHA MATOS, a Rua Projetada 29, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 13 (Rua Noêmia Aparecida de Melo Calabria) e término na Avenida Monsenhor José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XVIII - RUA ADVOGADO TARCÍSIO PONTES DANTAS, a Rua Projetada 28, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 13 (Rua Noêmia Aparecida de Melo Calábria) e término na Avenida Monsenhor José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XIX - RUA MARIA AUXILIADORA FERREIRA DE ARAÚJO (CIDA), a Rua Projetada 27, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 13 (Rua Noêmia Aparecida de Melo Calábria) e término na Avenida Monsenhor José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XX - RUA FERNANDO JOSÉ SOBREIRA DE SÁ, a Rua Projetada 41, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 05  (Rua Felizarda dos Santos) e término na Rua Projetada 13 (Rua Noêmia Aparecida de Melo Calábria) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXI - RUA JOÃO MARIA CUNHA CALOU, a Rua Projetada 55, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 02 (Rua Radialista Francisco Madeilton Alexandre) e término na Rua Projetada 04 (Rua Maria do Socorro Cunha Calou) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXII – RUA JACINTA DE FÁTIMA CALOU NEVES, a Rua Projetada 56, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 02 (Rua Radialista Francisco Madeilton Alexandre) e término na Rua Projetada 04 (Rua Maria do Socorro Cunha Calou) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXIII – RUA SOCORRO RIBEIRO DE SOUSA, a Rua Projetada 01, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 49 (Rua José Ivan de Melo) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXIV – RUA MARIA DO SOCORRO CUNHA CALOU, a Rua Projetada 04, sentido Norte/Sul, com início na Av. Projetada 02 (Av. Vereador Getúlio Granjeiro Pereira) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXV - RUA FELIZARDA DOS SANTOS, a Rua Projetada 05, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo); e término na Av. Projetada 02 (Av. Vereador Getúlio Granjeiro Pereira) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXVI - RUA MARIA ADALGISA LIMA, a Rua Projetada 06, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXVII – RUA ANTÔNIO ROMÃO DE SÁ BARRETO, a Rua Projetada 07, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXVIII – RUA VEREADOR AMARÍLIO PEQUENO DA SILVA, a Rua Projetada 08, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXIX - RUA CIRENE DAVID DA SILVA, a Rua Projetada 09, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXX - RUA ARLETE DE SOUSA NEGRÃO, a Rua Projetada 10, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 07 (Rua Antônio Romão de Sá Barreto) e término na Rua Projetada 09 (Rua Cirene David d a Silva) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXI – RUA CONTADOR JOSÉ FERREIRA GONÇALVES (ZEZITO), a Rua Projetada 11, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXII – RUA COMERCIANTE JOAQUIM DIAS NOBRE, a Rua Projetada 50, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 07 (Rua Antônio Romão de Sá Barreto) e término na Rua Projetada 09 (Rua Cirene David da Silva) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXIII – RUA COMERCIANTE LAURO LUCIANO, a Rua Projetada 52, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 12 (Rua Professora Maria das Graças Boaventura) e término na Rua Projetada 13 (Rua Noêmia Aparecida de Melo Calábria) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXIV – RUA PAULO ESMART SABIÁ, a Rua Projetada 51, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 12 (Rua Professora Maria das Graças Boaventura) e término na Rua Projetada 13 (Rua Noêmia Aparecida de Melo Calábria) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXV – RUA PROFESSORA MARIA BERNADETE DE ALENCAR SANTOS, a Rua Projetada 14, sentido Norte/Sul, início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXVI – RUA JOSÉ AURELIANO SILVA, a Rua Projetada 16, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXVII – RUA FRANCISCO SOLTO DA SILVA, a Rua Projetada 34, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 16 (Rua José Aureliano Silva) e término na Rua Projetada 20 (Rua Maria do Carmo Plácido de Almeida) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXVIII – RUA DOMINGOS SANTANA LEITE, a Rua Projetada 32, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada nº 16 (Rua José Aureliano Silva) e término na Rua Projetada 20 (Rua Maria do Carmo Plácido de Almeida) do Loteamento Oásis do Cariri;

XXXIX – RUA MARIA DO CARMO PLÁCIDO DE ALMEIDA (Dona CARMINHA), a Rua Projetada 20, sentido Norte/ Sul, com início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XL – RUA ADVOGADO RAIMUNDO DE OLIVEIRA BORGES, a Rua Projetada 22, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna e término na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLI – RUA ADVOGADO EMÍDIO MACEDO LEMOS, a Rua Projetada 31, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 24 (Rua João Pedro Neto) e término na Rua Projetada 26 (Rua Raimundo Boaventura de Sousa) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLII – RUA CÍCERO FRANCISCO FONTES BOAVENTURA, a Rua Projetada 47, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Antônio Amorim da Silva e término na Rua Projetada 03 (Rua Radialista Francisco Edmilson Tavares) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLIII - RUA ALICE MATIAS DE MELO, a Rua Projetada 48, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Antônio Amorim da Silva e término na Rua Projetada 02 (Rua Radialista Francisco Madeilton Alexandre) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLIV – RUA JOSÉ IVAN DE MELO, a Rua Projetada 49, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Antônio Amorim da Silva e término na Rua Projetada 02 (Rua Radialista Francisco Madeilton Alexandre) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLV – RUA RADIALISTA ALCELI SOBREIRA, a Rua Projetada 37, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 03 (Rua Radialista Francisco Edmilson Tavares) e término na Rua Projetada 05 (Rua Felizarda dos Santos) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLVI – RUA VEREADOR ANTONIO MANOEL DE LIMA (Antônio DA SERRARIA), a Rua Projetada 53, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 12 (Rua Professora Maria das Graças Boaventura) e término na Rua Projetada 13 (Rua Noêmia Aparecida de Melo Calábria) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLVII – RUA GUALTER CONRADO DA SILVA, a Rua Projetada 19, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 30 (Rua Severina do Carmo de Souza) e término na Av. Aureliano Pereira da Silva do Loteamento Oásis do Cariri;

XLVIII – RUA CIRENE DAVID DA SILVA, a Rua Projetada 33, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 24 (Rua João Pedro Neto) e término na Rua Projetada 26 (Rua Raimundo Boaventura de Sousa) do Loteamento Oásis do Cariri;

XLIX – RUA RADIALISTA JOÃO EUDES, a Rua Projetada 15, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 38 (Rua Edite Cabral Sales) do Loteamento Oásis do Cariri;

L – RUA DULCIZANIA CAVALCANTI FREITAS, a Rua Projetada 17, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 38 (Rua Edite Cabral Sales) do Loteamento Oásis do Cariri;

LI – RUA SANCHA MARIA DE SOUSA, a Rua Projetada 21, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 38 (Rua Edite Cabral Sales) do Loteamento Oásis do Cariri;

LII – RUA SEVERINO FERREIRA DE OLIVEIRA, a Rua Projetada 23, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Rua Projetada 38 (Rua Edite Cabral Sales) do Loteamento Oásis do Cariri;

LIII – RUA FILOMENO MOREIRA ARARUNA, a Rua Projetada 42, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 24 (Rua João Pedro Neto) e término na Rua Projetada 25 (Rua Roberto Matos Rodrigues) do Loteamento Oásis do Cariri;

LIV – RUA NOEL CÂNDIDO DA SILVA, a Rua Projetada 18, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 38 (Rua Edite Cabral Sales) e término na Rua Projetada 35 (Rua Fidelis Teixeira Luna) do Loteamento Oásis do Cariri;

LV – RUA ANTÔNIO VIEIRA DOS SANTOS, a Rua Projetada 39, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 24 (Rua João Pedro Neto) e término na Avenida Monsenhor José Alves de Oliveira (Estrada de Santa Tereza) do Loteamento Oásis do Cariri;
JUAZEIRO DO NORTE-CE, 26 DE OUTUBRO DE 20RIO OFICIAL DO MUNICÍPIO 05
LVI – AVENIDA MONSENHOR JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA, a Estrada de Santa Tereza, sentido Norte/Sul, com início na Rua Projetada 44 (Rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na Av. Aureliano Pereira da Silva do Loteamento Oásis do Cariri;

LVII – DR. LUIS BESERRA DE SOUSA, a Rua Projetada 40, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 17 (Rua Dulcizania Cavalcanti Freitas) e término na Rua Projetada 21 (Rua Sancha Maria de Sousa) do Loteamento Oásis do Cariri;

LVIII – RUA FELIPE BRAGA QUEIROZ, a Rua Projetada 43, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Projetada 17 (Rua Dulcizânia Cavalcanti Freitas) e término na Rua Projetada 21 (Rua Sancha Maria de Sousa) do Loteamento Oásis do Cariri;

LIX – RUA ONOFRE ANTONIO LANDIM, a Rua Projetada Tipo 1, sentido Oeste/Leste, com início na Rua João Romão de Sá Barreto e término na Rua Antônio Amorim da Silva, localizada entre as Quadras 01, 05, 09, 13, 14, 18, 19, 23, 24, 28 e 29 do Loteamento Planalto Central e entre as Quadras 1 a 20 do Loteamento Novo Milênio;

LX – RUA MARIA CLEONICE DUARTE, a Rua Projetada Tipo 1, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Vereador Vicente Ribeiro Sobrinho e término na Rua Antônio Amorim da Silva, localizada entre as Quadras 11 a 30 do Loteamento Novo Milênio;

LXI – RUA MARIETA CAMILO DA SILVA, a Rua Projetada Tipo 1, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Vereador Vicente Ribeiro Sobrinho e término na Rua Manoel Camilo da Silva, localizada entre as Quadras 22 a 24 e 32 a 34 do Loteamento Novo Milênio;

LXII – RUA MARIA NICÉA DIAS DE FIGUEIREDO, a Rua Projetada Tipo 1, sentido Oeste/Leste, com início na Rua Odorília Maria da Conceição e término na Rua Antônio Amorim da Silva, localizada entre as Quadras 40 a 49 do Loteamento Novo Milênio;

LXIII – RUA VEREADOR VICENTE RIBEIRO SOBRINHO (Senhorzinho Ribeiro), a Rua Projetada Tipo 2, 7ª paralela Leste à Rua João Romão de Sá Barreto, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 1, 2, 11, 12, 21, 22, 31, 32, 35, 50, 51 e 36 do Loteamento Novo Milênio (anteriormente denominada erradamente de 8ª paralela Leste à Rua João Romão de Sá Barreto, conforme Lei nº 2857/2004);

LXIV – RUA ALBERTO BEZERRA DE MORAIS, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 2, 3, 12, 13, 22, 23, 32, 33, 51,52, 36 e 37 do Loteamento Novo Milênio;

LXV – RUA MANOEL FIALHO DE BRITO, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 3, 4, 13, 14, 23, 24, 33, 34, 52, 53, 37 e 38 do Loteamento Novo Milênio;

LXVI – RUA MANOEL CAMILO DA SILVA, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 4, 5, 14, 15, 24, 25, 34, 53, 54, 38 e 39 do Loteamento Novo Milênio;

LXVII – RUA ODORÍLIA MARIA DA CONCEIÇÃO, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 5, 6, 15, 16, 25, 26, 54, 55, 39, 40 e 41 do Loteamento Novo Milênio;

LXVIII – RUA BRUNO ÂNGELO DE FIGUEIREDO, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 6, 7, 16, 17, 26, 27, 55, 56, 40, 42, 41 e 43 do Loteamento Novo Milênio;

LXIX – RUA JURANDIR TENÓRIO MASCARENHAS, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 7, 8, 17, 18, 27, 28, 56, 57, 42, 44, 43 e 45, do Loteamento Novo Milênio;

LXX – RUA FERNANDO CAMPOS DIAS GUIMARÃES, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 8, 9, 18, 19, 28, 29, 57, 58, 44, 46, 45 e 47, do Loteamento Novo Milênio;

LXXI – RUA MARIA VILANI ARRAES DA COSTA, a Rua Projetada Tipo 2, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada entre as Quadras 9, 10, 19, 20, 29, 30, 58, 59, 46, 48, 47 e 49, do Loteamento Novo Milênio;

LXXII – RUA ANTONIO AMORIM DA SILVA, a Rua Projetada, sentido Sul/Norte, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término no prolongamento da Rua José Antônio Severino, localizada ao lado Leste das Quadras 10, 20, 30, 59, 48 e 49, do Loteamento Novo Milênio;

LXXIII – AV. INÁCIO GONÇALVES DA SILVA, a via de acesso entre as linhas de transmissões da CHESF, sentido Oeste/ Leste, com início na Av. Aureliano Pereira da Silva e término na Rua Antônio Amorim da Silva, localizada no Loteamento Planalto Central (entre as Quadras 12, 17, 22 e 27) e no Loteamento Novo Milênio (entre as Quadras 50 a 59). 


Flagrantes da outorga do títuto de Cidadão Honorário de Maceió a Monsenhor Francisco Murilo de Sá Barreto

As fotos abaixo foram colhidas durante a sessão solene em que a Câmara Municipal de Maceiói entregava o título de Cidadão Honorário  de Maceió a Monsenhor Murilo de Sá Barreto. A solenidade aconteceu no dia  23 de fevereiro de 2005, na Câmara Municipal de Maceió. Ao ato esteve presente uma comitiva de Juazeiro tendo à frente o prefeito Raimundo Macedo.









SAUDAÇÃO AO PADRE MURILO PELA PASSAGEM DO SEU JUBILEU DE PRATA DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL – 2 DE NOVEMBRO DE 1982
Daniel Walker

Recebi, com alegria e responsabilidade, o convite da Diretora Valba Gondim para proferir algumas palavras em homenagem ao reverendíssimo  Padre Francisco Murilo de Sá Barreto, que completa neste ano Jubileu de Prata de Ordenação Sacerdotal, homenagem esta que se insere nos festejos alusivos à Semana da Normalista, desta Escola.
Ao aceitar o convite - honroso por sinal - eu, que habitualmente sou avesso a solenidades, o fiz porque, contemporizando a situação, estava aí, a oportunidade rara de contemplar um duplo acontecimento: homenagear, de uma só vez, ao vigário festejado e ao meu amigo padre.
Desse jubileu de vida sacerdotal do Padre Murilo, pelo menos a metade eu conheço de perto e muito bem, pois corresponde exatamente ao tempo de duração de nossa amizade, a qual foi ocasionada pelo amigo comum José Carlos Pimentel, professor desta casa.
Do encontro casual em sua residência, nasceu uma amizade tão grande, tão intensa, tão sincera, que às vezes não sei onde termina o limite que define o amigo que tanto prezo e e o vigário que devo respeitar como seu paroquiano.
Apesar das idades, ele cinquentão, eu trintão, isto nunca constituiu distância ou obstáculo para o nosso melhor entrosamento. Eu não faço nada sem consultá-lo ou, pelo menos, informar-lhe; e tudo que ele faz eu sei. Essa confiança mútua e coisa em desuso no mundo competitivo de hoje, onde amigos se separam por motivos fúteis; onde a concorrência necessária vira disputa sangrenta; onde os valores autênticos são            substituídos pelas nulidades, que triunfam bafejadas por intereses espúrios de quem detêm poder.
Nossa amizade supera  tudo isto, porque nossas personalidades foram construídas pela genética dos nossos pais e não improvisadas pelos fatores ambientais que criam personalidades indefinidas, fictícias, enganadoras. Depois, nenhum de nós ambiciona o inatingível ou tomar o que é do outro. Nossos gostos são comuns, mas cada um tem seu estilo próprio de ajudar sem atrapalhar.
Mas, não e só do meu amigo que devo falar agora, pois, a bem da verdade, ê o vigário hoje festejado que admiro mais. Padre Murilo, minha gente, não é apenas um padre em Juazeiro ele é o Padre de Juazeiro! Sua Paróquia é a mais importante, porquanto é para lá que afluem as romarias que sustentam esta cidade. Sua missão de ministro de Deus não se limita aos misteres religiosos, nem ao recinto da sua igreja. Tirada a batina, ele continua padre, recebendo em sua casa, ora a visita do impertinente paroquiano que exige a celebração de uma missa em horário inoportuno; ora a vítima de um casamento fracassado que procura seu apoio para restaurar o lar desfeito; ora o casal de noivos insensatos que vem apressar um casamento que já houve; ora o turista desconhecido em busca de informações sobre o Padre Cícero; ora o comerciante aflito atrás de reza para o comércio que vai mal; e por fim, os políticos carreiristas, de tendências várias, que anseiam por uma definição sua, efetiva e pública, mas que não sai, porque ele sabe, como ninguém, o alcance dessa responsabilidade, que o cidadão comum pode tomar sem efeitos colaterais, mas que ele, por ser o vigário de Nossa Senhora das Dores, o Vigário do Nordeste, pessoa importante, poderosa e querida, não pode se expor através da uniteralidade.
Por isto, não ê nada fácil ou, pelo menos, nada cômodo, ser um Padre Murilo em Juazeiro. A nossa comunidade, questionadora, imprevisível e às vezes até ingrata, exige mais dele do que dos outros.
Felizmente o meu amigo, o nosso vigário, sabe se conduzir muito bem. Ama a terra que o acolheu; trabalha pela sua gente indistintamente; defende o Padre Cícero, escrevendo artigos em jornais ou incentivando o trabalho dos pesquisadores; educa a juventude; participa de eventos sociais e ainda dribla com esperteza as investidas mal intencionadas dos políticos caçadores de adesão.
Passar pelo mundo fazendo o bem é próprio das almas de eleição. Viver em meio de uma sociedade e conquistar-lhe a estima, a veneração e o respeito é uma felicidade. Foi o que Padre Murilo conseguiu. E não podia ser de outra forma. Dedicado até o sacrifício, não conhece cansaço quando se trata de cumprir sua missão de sacerdote.
Este é o Padre alvo desta homenagem tão justa, cujo mérito, indiscutível e merecido, agora reverenciamos. Propositadamente, deixei de fazer alusão ao seu perfil biográfico, porquanto isto já foi feito dentro da programação anterior. Quis mostrar o Padre Murilo que conheço no dia a dia, como frequentador de sua casa e de sua igreja, sendo portanto testemunha presencial do seu trabalho.
Louvar o trabalho honrado, valorizar o esforço construtivo, não será lisonja, sem dúvida, mas simplesmente reconhecimento das nobres qualidades que exornam a marcante personalidade do homenageado.
E de uma coisa todos fiquem certos: eu juro que é verdade tudo o que disse aqui. Por isto, minha gente, este padre é um barato é merece ser aplaudido de pé.
Muito obrigado.


Há seis anos o Monsenhor Murilo de Sá Barreto descansa em paz
  
MALVINAS NEWS NOSSO PORTAL DE NOTICIAS
04/12/2011
Este domingo, dia 4 de dezembro, marca o sexto aniversário da morte do Monsenhor Murilo de Sá Barreto, que aconteceu em Fortaleza. A notícia do seu falecimento causou grande consternação e pessoas dos mais diversos lugares vieram aos municípios de Barbalha, sua terra natal, e Juazeiro do Norte participar dos funerais. Quando da chegada do corpo na tarde de um domingo no Aeroporto Regional do Cariri a emoção foi grande.
Uma das maiores manifestações dos últimos tempos foi observada pelas ruas e avenidas por onde passou o cortejo fúnebre na direção de Barbalha. A multidão que se encontrava no aeroporto seguiu no cortejo de carro, moto, bicicleta ou a pé e ao longo da Avenida Castelo Branco, por exemplo, milhares de pessoas se postavam de um lado e outro. Os acenos de adeus ou com lenços e aplausos marcaram àquela tarde inesquecível.
Na verdade Juazeiro do Norte perdia naquele momento a sua principal referência em vida. O sacerdote gozava do respeito e da atenção de todos. Certas de tomadas de decisões relacionadas com o município tinham que passar pela casa paroquial. Os políticos temiam críticas do religioso e muitas autoridades importantes visitaram o Monsenhor Murilo em sua residência. Tomar um café e cumprimentar o padre fazia parte do ritual.
O professor aposentado da Universidade de Brasília, Geová Sobreira, destacou em seu artigo “Seis Anos de Saudades”, publicado no Juanorte, que a ausência do sacerdote se torna cada vez mais sentida no vácuo deixado na história viva de Juazeiro. “Foi uma geração inteira de partilha, de entrega, de vida em comum, ensinando do púlpito da Matriz de Nossa Senhora das Dores, da Capela do Socorro e da cátedra da Escola Normal Rural de Juazeiro, a dignidade da vida cristã construída sob a tutela da verdade e dos preceitos ensinados pelo Padre Cícero”, escreveu.
Para o jornalista Jota Alcides, no seu editorial “Saudades do Padre Murilo, Bispo dos Romeiros”, como sucessor do Padre Cícero, com quem tinha profunda identificação na dedicação e atenção aos romeiros e no intenso amor ao Juazeiro, Padre Murilo tornou-se uma celebridade do Juazeiro e chegou ao final de sua vida respeitado e reverenciado como principal autoridade da Igreja Católica na região. “Uma espécie de bispo "in pectore" dos romeiros do Nordeste apresentando qualidades e virtudes de quem poderia ter sido o primeiro bispo do Juazeiro se o Vaticano tivesse tido a sensatez ainda esperada de criar a Diocese sonhada por Padre Cícero”, acrescentou.
O Monsenhor Murilo nasceu em Barbalha no dia 31 de outubro de 1930 e foi ordenado padre no dia 15 de dezembro de 1957 em cerimônia oficiada por Dom Francisco de Assis Pires, Bispo da Diocese do Crato. Iniciou suas atividades religiosas na Matriz de Nossa Senhora das Dores em 6 de fevereiro de 1958, como vigário cooperador, auxiliando o vigário, Monsenhor José Alves de Lima. No dia 28 de fevereiro de 1967 assumiu a função de Vigário da mesma matriz, nela permanecendo até morrer, no dia 4 de dezembro de 2005.
Foram quase 50 anos de dedicação à vida religiosa sempre na mesma Paróquia. Trabalhou incansavelmente pela comunidade juazeirense, dedicando também especial atenção aos romeiros de Nossa Senhora das Dores e do Padre Cícero. Ficou conhecido como Vigário do Nordeste. Foi também professor, radialista e escritor, tendo deixado várias obras publicadas, inclusive uma sobre o Padre Cícero, de quem era profundo admirador.


MONSENHOR MURILO DE SÁ BARRETO HOMENAGEADO COM UM BUSTO NA ENTRADA DA CIDADE
16/01/2012 - 18:25 -| Assessoria de Imprensa Prefeitura de Barbalha
Ainda na sexta-feira 13, o Governo Municipal, através do prefeito José Leite entregou a cidade de Barbalha as suas entradas totalmente revitalizadas e urbanizadas. Os canteiros receberam todo um piso especial intertravado (tipo tijolinho), novos postes com luminárias. Na primeira entrada de Barbalha de quem vem de Juazeiro do Norte, o prefeito inaugurou um busto do monsenhor Francisco Murilo de Sá Barreto. José Leite disse da importância de se homenagear um filho de Barbalha pelo que representou na sua vida de sacerdote, fez muito pela social, fortificou a fé cristã do povo católico e fez com que a região do Cariri fosse mais desenvolvida e conhecida no Brasil inteiro, através do seu crescimento intelectual. Monsenhor Murilo de Sá Barreto merece essa e outras homenagens pelo que representou e fez por nossa cidade e região, disse José Leite.  Na inauguração do busto ao religioso, foi bastante concorrida com as presenças dos familiares do monsenhor, lideranças políticas e comunidade.
O deputado federal José Guimarães, parabenizou o executivo barbalhense, pela homenagem feita ao homem que evangelizou e fez muito pelo social no Cariri.
Camilo Santana, secretário das Cidades do Ceará, disse que a homenagem foi merecida, além de ser um barbalhense que sempre estava presente no seio da família, monsenhor Murilo de Sá Barreto deu e trouxe bons ensinamentos para o Cariri. Camilo Santana também falou sobre as entradas de Barbalha, tanto a de quem vem de Juazeiro do Norte e a de quem vem de Missão Velha, que também recebeu toda uma infraestrutura e um símbolo de civismo e identidade com a cidade de Barbalha, onde lá foi hasteada a Bandeira do Município pelo prefeito José leite, a vice-Maria Betilde, Camilo Santana e o deputado José Guimarães.
A solenidade contou com as presenças dos vereadores, secretários municipais e da comunidade barbalhense.            

Museu resgata história do "Vigário do Nordeste"
TARSO ARAÚJO/ESPECIAL PARA O POVO 
Um boneco de cera no equipamento representa o homenageado

Criado em 2010 e reinaugurado em julho deste ano (2012), o Museu Paroquial Monsenhor Murilo de Sá Barreto funciona no centro da cidade de Juazeiro do Norte, distante 493 km de Fortaleza (Cariri cearense) como uma opção para as pessoas que querem conhecer um pouco da história do chamado “Vigário do Nordeste”.

Barreto nasceu na vizinha Barbalha, em 31 de outubro de 1930, e faleceu em Juazeiro, no dia 4 de dezembro de 2005. Foi durante quase 40 anos pároco da igreja matriz de Juazeiro do Norte.

É considerado o “Vigário do Nordeste” em razão do seu ministério sacerdotal. Monsenhor Murilo devotou toda sua vida à ampliação das romarias e ao seu ministério.

Ele defendia os romeiros. Era comum nas romarias pedir que a população recebesse bem os visitantes e desse água aos romeiros. Pedia também que os donos de ranchos e comerciantes não explorassem os romeiros. O museu foi idealizado pelo Padre Paulo Lemos, que foi administrador da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, onde fica o equipamento.

Estima-se que em torno de mil pessoas devem ir ao museu no período das romarias, como a de Nossa Senhora das Dores, que começa no próximo domingo.

Eliene da Silva lembra que existe uma forte devoção em torno da figura de Monsenhor Murilo. Há relatos de que pedidos feitos em nome dele são atendidos.

Monsenhor Murilo ordenou-se em 1957. No ano seguinte, assumiu o vicariato na Paróquia de Nossa Senhora das Dores, da qual tornou-se pároco em 1966. Foi Foi radialista e escritor. (Tarso Araújo - especial para O POVO)

Festa de Nossa Senhora das dores

Entrevistado: Padre Murilo

Data: 18 de setembro de 1989
Local: Igreja Nossa Senhora das Dores – Juazeiro - Ce
Entrevistadora: Cica de Castro e edvar COSTA. 

Cica- Entrevista com padre Murilo, igreja de Nossa Senhora das Dores, 18 de setembro de 1989, em Juazeiro, Ceará.
Murilo- Essa noite dos violeiros ela constitui na realidade, uma festa já nas tradições do Juazeiro. As duplas vem juntas violando, da saída da imagem na casa do (?) até a matriz de Nossa Senhora. Quando chega aí os repentistas improvisam louvores, e os louvores são em torno de padre Cícero, de Nossa Senhora das Dores, do Rosário, em torno da devoção, das promessas dos romeiros; os romeiros gostam muito desse momentos, e mais do que os romeiros, os violeiros que todos têm muita devoção a Nossa Senhora. Agora, aproveitando a oportunidade, há duas espécies de violeiros, há um violeiro que é um versejador popular mas que é advogado, que é de Lions, que é de Rotary, de entidade, e que vieram do povo mas que na realidade não estão mais dentro do povo, então esse violeiro é um violeiro que canta pra se mostrar, inegavelmente ele tem dotes, inegavelmente ele representa o povo, mas ele traduz os sentimentos do povo sem um testemunho; e há o violeiro simples, versejador em rima, cantador afinado, que não tem vez nos programas de rádio em Juazeiro, no Cariri, e que são muito mais contratados para as renovações do Coração de Jesus, durante o ano, para as cantorias de pessoas mais modestas, que não podem pagar mil, cinco mil etc., mas dá duzentos cruzados a ele. Nós, cada ano damos essa oportunidade a esses que são devotos mesmos, a esticarem um pouco mais sua homenagem a Nossa Senhora. A gente sente que o povo aplaude mais esse porque o verso é mais natural, a cultura dele é rente com os anseios do povo, e há uma contestação social na apresentação, há uma sublimação da dor, do sofrimento. São os violeiros que interpretam a sua vida no espelho do contato com o outro, sem nunca ter estudado, (?) sobre isso. É muito rica. Este ano nós tivemos presença de umas pessoas do Rio, São Paulo, e ficaram estudando depois, gravaram e ficaram estudando o som da mensagem que corre por entre os dedos do violeiros de suas violas. Para terminar, nós temos a noite do romeiro, porque nós temos um dia na festa, o último dia que é dedicado aos romeiros. Então vai duma missa as noves horas com expressões, todas de cantos e melodias dos romeiros. A festa de Nossa Senhora das Dores, na linha da evangelização, ela colhe, grava a melodia que o romeiro canta, e empurra a letra de catequese, de evangelização na festa. Então facilmente se casa na noite do romeiro, a melodia que ele já sabe, com a letra que ele aprende. É uma das formas muito fortes de evangelização. Logo em seguida...
CICA- Essas letras são feitas pelo senhor?
PADRE MURILO- Pela equipe.
CICA- Quem compõe a equipe?
PADRE MURILO- A equipe de pastoral é composta aqui hoje, neste instante, por duas irmãs que trabalham conosco, a  irmã Anete, a irmã Ana Teresa, pelo irmão Bernardo, que foi quem fez o canto da romaria esse ano, ele tem muita facilidade de composição, e muita sensibilidade para gravar, por mim e por uma equipe do coral da paróquia.
CICA- A paróquia mantém um coral. Formado por pessoas leigas.
PADRE MURILO- Formado por pessoas da comunidade, leigas que conhecem a tradição do canto através do tempo, isso é que a gente guarda, por exemplo os benditos do padre Cícero, depois que o padre Cícero chegou até nós através dessa forma de conservação, como o coral, o coral aqui num é pra exibir, nem gritar, nem nada, é um grupo de pessoas que sustenta e puxa o canto, para que a multidão possa continuar cantando. Bom, aí nesse dia há procissão dos carros.
CICA- Nós tivemos oportunidade de acompanhar a profissão.
PADRE MURILO- É as quinze horas, com os carros na maioria são caminhões, então a procissão fica (?) dos caminhões, mas desfilam nesse dia ciclistas que vem de Alagoas, motoqueiros que vem de Alagoas, carros pequenos, ônibus e caminhões. Os veículos que conduzem gente a (?). O prefeito recebe, numa manifestação simbólica ele entrega a cidade a eles, grava-se e a gente vem repetindo no carro de som, por um percurso longo de três horas da tarde á sete e meia, até na matriz, mais longo.
CICA- Vem repetindo o que?
PADRE MURILO- A mensagem de acolhimento do prefeito.
CICA- Essa procissão nasce aonde?
PADRE MURILO- Nasce na avenida  Leão Sampaio, entre Barbalha e Juazeiro.
CICA- Porque a gente perguntou e algumas pessoas diziam que começava na rodoviária, outros que começava em Barbalha. É nessa avenida?
PADRE MURILO- Ela começa em Barbalha, não no começo, mas os carros vão se juntando lá no hospital e o último carro já é tocando em Barbalha, são doze quilômetros de carro.
CICA- E a procissão dos caminhões, ela também foi criada pelo senhor?
PADRE MURILO- Foi.
CICA- O senhor lembra o ano?
PADRE MURILO- Me lembro, foi em setenta e quatro.
CICA- Como foi que o senhor teve essa idéia?
PADRE MURILO- Porque as coisas aqui vão nascendo conforme os romeiros descobrem, eles têm uma mania de pedir para benzer os caminhões, e então para eu num tá benzendo todo dia um, eu preferi juntar todos e dar uma recepção a eles, e fui me lembrando que talvez isso significasse muito pra eles. Realmente, o caminho de romeiro e o ônibus que não vai pra essa procissão é como se fosse uma dor na alma do romeiro. Quando ele faz a promessa de vir, ele já se inclui como participante dessa noite festiva, dessa tarde festiva, tarde que Juazeiro atende ao chamado, por exemplo a rua São Benedito, nós pedimos a rua São Benedito, que é uma rua que corta longitudinalmente a cidade do Juazeiro, e é uma da maiores, que as pessoas fossem para os becos, par as esquinas, levando um pouquinho d’água, para o romeiro menor, para a criancinha que vem em cima do caminhão e que desde um hora da tarde esta agüentando o sol de setembro. Quando nós passávamos na rua São...
CICA- O senhor pediu aqui na missa do dia anterior?
PADRE MURILO- Pedi, com quinze dias antes, que o serviço de rádio, de transmitir aos familiares, porque a festa é preparada muito tempo antes, um mês antes a festa começa a ser preparada, o grande convite é pra gente receber bem o romeiro, e realmente funcionou. Aí quando eu passei eu vi todas as crianças da rua São Benedito distribuindo água aos ciclistas, as pessoas, aos romeiros.
CICA- Nós vimos várias e várias pessoas fazendo isso.
PADRE MURILO- Quando vocês passaram, aquilo vai se intensificando, a gente já colocou pessoas pra olharem, justamente pra medir até quando nós somos escutados ou não somos, da forma que quando passou o último caminhão de romeiros, a gente vê: folhas, pétalas, rosas, na rua São Benedito, escritos de giz no chão acolhendo, e sobretudo muito molhado as esquinas de pingos d’água que eles deixaram escapar quando bebem. Eu vi, por exemplo, na Rua Castelo Branco, em todos os canteiros da Castelo Branco eu vi um pote d’água e lá foi justamente onde muita gente bebeu, porque os cinegrafistas pediram pra tomar um lugarzinho lá na caminhonete do som, e tivemos que parar um pouco e lá correram a beber água. Todas as pessoas faziam isso com alegria.
Edvar- A solenidade que o prefeito faz fica no início?
Padre Murilo- No início da procissão, na avenida Leão Sampaio.
CICA- Mas é feito perto da rodoviária?
PADRE MURILO- Muito depois da rodoviária, de frente do SENAI. Foi feito hoje lá em frente...
CICA- Mas existe uma solenidade?
PADRE MURILO- Não, simplesmente ele fala no serviço de som, e eu vou em seguida e abro a caminhada.
CICA- Que horas o senhor dá a benção aos caminhões?
PADRE MURILO- A benção dos caminhões é no dia quinze às doze horas.
CICA- Eu ia exatamente perguntar se o senhor dava duas bênçãos?
PADRE MURILO- É não. O dia quinze é o dia do grande louvor, começa com a bateria de 21 tiros as cinco horas da manhã, canto do ofício de Nossa Senhora e de Maria Valei-me, que são beneditos muito fortes da religiosidade popular.
CICA- São dentro da igreja?
PADRE MURILO- São dentro da igreja, numa hora de silêncio, quatro e meia da madrugada, cinco horas.
CICA- Tem sempre muito romeiro?
PADRE MURILO- Totalmente lotada, patamar, igreja, tudo.
CICA- É o ofício de Nossa Senhora.
PADRE MURILO- É, que se reza todos os dias durante a festa, se canta todos os dias de madrugada, cinco horas. As nove horas nós temos a concelebração solene...
CICA- Quer dizer que todos os dias durante a festa, as cinco horas tem o ofício?
PADRE MURILO- Todos os dias às cinco horas durante a festa.
CICA- Mas o único dia que é lotado é o dia 15?
PADRE MURILO- Todos os dias é lotado, patamar e igreja. Todos os dias eu me levanto as quatro e meia.
CICA- E tem muita gente que sai do ofício pra ira pro Horto? Existe alguma coisa desse tipo?
PADRE MURILO- Tem muita gente que vai para o Horto antes do ofício, duas da madrugada, três.
CICA- A gente viu muita gente andando na madrugada.
PADRE MURILO- Ir ao Horto é sagrado, nenhum romeiro vem que não vá até lá.
CICA- Que dizer que ele saem às duas, três horas da manhã pra tá aqui as cinco horas?
PADRE MURILO- Pra está aqui ou então ficam alguns que nem todos vão as missas, porque nós não podemos controlar todos os romeiros, são trezentos e cinqüenta mil pessoas.
CICA- 350.000 pessoas que vêm de fora?
PADRE MURILO- A perspectiva esse ano foi essa. Você diz: “como é que você sabe disso?” a gente sabe disso através dos fretantes que se inscrevem na sala Informação romeiros, que a gente sabe que aquele é um índice percentual, mas aí a gente sabe quantos romeiros vieram, de onde vieram, onde estão arranchados, e por último, a gente sabe tirar um percentual, olha o do ano passado e vê. Depois a gente já tem a essa altura um controle de ranchos. A gente faz umas ligações telefônicas perguntando as pessoas dos ranchos onde se abrigam mil pessoas, ou duzentas, ou trezentas pessoas.
CICA- Num rancho, mil pessoas?
PADRE MURILO- Mas de mil. Tem ranchos aqui que comportam mais de 2.000. Aí eles dizem quantos têm e a gente vai somando, juntando. Depois da missa solene, que conta com a igreja oficial, geralmente um bispo da diocese, os padres da cidade.
CICA- Isso é no último dia que tem as cinco horas da manhã o ofício. Depois que horas é a missa?
PADRE MURILO- As seis horas eu celebro uma missa.
CICA- Todos dos dias também?
PADRE MURILO- Todos os dias e essa missa é irradiada todos os dias. Aí depois tem a missa solene concelebrada, o grande louvor da festa com a presença do senhor bispo.
CICA- Que horas?
PADRE MURILO- Nove horas.
CICA- Nove da manhã.
PADRE MURILO- Concelebração solene, e os romeiros com o livrinho da romaria cantam a missa nova, que já adquiriram, já aprenderam aqui em Juazeiro. E a cidade que veio durante o mês de agosto ensaiou a missa toda, canta festivamente, esse ano foi a missa das Dores de Nossa Senhora, uma missa só sobre as dores de Nossa Senhora.
CICA- Havendo mais de uma missa num dia, é freqüente o romeiro vir?
PADRE MURILO- Todas as vezes que subir um padre, sem nem avisar, lota patamar e igreja.
CICA- Mas nem sempre o romeiro só assiste uma missa por dia?
PADRE MURILO- Não, tem romeiro que assiste todas em todas as igrejas.
CICA- Quer dizer que tem romeiro que assiste até todas as missas durante o dia?
PADRE MURILO- É, a gente avisa o horário das missas no Socorro, na Matriz, e quando é no domingo a gente dá o horários das missas na cidade, há umas vinte missas na cidade de Juazeiro. Juazeiro é uma comunidade, por isso que eu sempre digo que o santuário é Juazeiro, porque os Franciscanos que a gente chama de capuchinhos são quatro, então cada um celebra duas missas, são oito missas diariamente lá, os Salesiano são cinco, cada um celebra duas missas, são dez, e depois tem a outra paróquia de padre Onofre, padre secular, que celebra três por dia, e depois tem três na Matriz e três no Socorro. Quer dizer que: 3 + 3 = 6 + 3 = 9 + 6 = 15 + 8 = 23, vinte e cinco missas por dia no Juazeiro.
CICA- O senhor celebra quantas?
PADRE MURILO- Eu celebro duas, seis da manhã e dezenove horas.
CICA- De quem é a missa das nove da manhã?
PADRE MURILO- A missa das nove da manhã no domingo?
Cica- Não, o senhor num disse que todo dia tem uma missa nove horas da manhã?
PADRE MURILO- Tem seis da manhã e dezenove horas. Nove horas só tem nos dia de domingo e na festa de Nossa Senhora, no dia 15. Concelebrada por quinze padres esse ano.
CICA- As de nove horas no dia 15?
PADRE MURILO- A de nove do dia 15. O bispo e quinze sacerdotes, Capuchinhos, Salesianos, padres seculares do Juazeiro, da diocese, e das dioceses vizinhas, e que vieram com os romeiros.
CICA- Depois das nove horas tem?
PADRE MURILO- Temos o adeus do romeiro, meio dia, que você assistiu, benção dos caminhões, das velas, das lembranças, e o símbolo da despedida do romeiro que é o chapeuzinho de palha.
CICA- Que é conhecida como a missa do chapéu?
PADRE MURILO- A missa do chapéu, que não é missa.
CICA- Não é missa?
PADRE MURILO- Não, não é missa.
CICA- É só uma bênção?
PADRE MURILO- Só uma bênção.
CICA- E quem instituiu?
PADRE MURILO- Fomos nós.
CICA- Em que ano?
PADRE MURILO- Isso aí eu não sei lhe dizer bem assim certo, porque eu já sei que foi dentro dessa linha de cada vez mais...
CICA- Se aproxima da realidade do romeiro.
PADRE MURILO- Do romeiro, enquanto televisão vinha e fazia assim uma espécie de ridicularização da romaria, colocando aspectos negativos, da pobreza, da fome, da miséria, enfim o exibicionismo na literatura panfletária colocou muito mais em evidência os pontos negativos do Juazeiro, aí nós fomos fazendo frente a esse tipo e colocando a realidade que Juazeiro congrega em si. Tem um tema de romaria.
CICA- Todo ano tem um bendito novo?
PADRE MURILO- Todo ano tem no mínimo um bendito novo, que é o bendito da festa.
CICA- Como, a romaria não é simplesmente em setembro...?
PADRE MURILO- É, a romaria não é, ela começa em setembro e vai a 2 de fevereiro.
CICA- Então é o que eles fazem que são seis meses, a gente perguntou o povo, o povo disse que são seis meses de romaria, que vai da festa das Dores à Festa das Candeias?
PADRE MURILO- Então a gente tem que colocar que cânticos e exortações e orientações que pegue o romeiros também que não é o que está aqui em setembro, daí porque o tema da romaria é “Comunicação da Boa Nova,” assim como o tema da festa “Maria nos Comunica o Cristo”, mas aqui é mais amplo, e como esse ano o tema do livrinho ele se assenta num fato, o romeiro é um comunicador, aí sempre tem uma historiazinha que é história que a gente escuta do romeiro, num tem nenhuma criada por nós, mas tem todas escutadas, porque a gente tá convencido de que o evangelizador é o romeiro, o padre ajuda mas o evangelizador é o romeiro.
CICA- Em qual sentido?
PADRE MURILO- No sentido de ele dizer pra você lá na sua terra o que viu aqui em Juazeiro e isso trazer o romeiro pra cá, é muito mais forte do que eu convidar.
EDVAR- No dia da benção do chapéu que o senhor pede para o pessoal quando chegar na paróquia procurar o vigário, e dizer… O senhor tem um certo controle, qual o efeito que isso tem?
PADRE MURILO- Os novos padres, todos os padres que querem ajudar a romaria, agora manda uma cartinha com os romeiros apresentando, que são zelosas pessoas da comunidade, que não saem de lá sem procurar dar o abraço que o padre Murilo mandou..., e antes nós fizemos uma carta para todos os bispos do Nordeste, todos os vigários, quer fosse a favor, quer não fosse, quer fosse amigo do padre Cícero, quer não fosse, dizendo que não queríamos nos meter na ação pastoral da paróquia deles, mas pedíamos permissão para evangelizar quem chegasse a nós. E como não queríamos fazer um indiserviço, aqui embalar uma coisa, etc. e chegar lá e num dá continuidade,  estava mandando a cada um livrinho para que antes se preparassem. Hoje esse livrinho chega antes das romaria, os romeiros tem acesso as reunião e pré-romaria, e vem já pra Juazeiro orientados. Esse livrinho é um livrinho simples que está custando três cruzados, e que a gente pede para o romeiro comprar e levar como lembrança. Não tem fins lucrativos, são quarenta mil durante o ano. Todos os anos. Tiradas as despesas, nós devolvemos ao romeiro essa ajuda, fazendo coisas aqui no Juazeiro que melhorem a situação do romeiro. Como esse dinheiro do ano passado, nós fizemos um abrigo para romeiros velhos na estrada do Horto, se vocês subirem pela estrada verão lá dois ali e uma escolinha lá em baixo com alfabetização de adultos pra eles. Com esse dinheiro nós quando temos assim muito azar, morre um romeiro, manda deixar, quando não posso arranjar a caminhonete da Prefeitura eu freto um carro, seja onde for, e mando a esposa com o romeiro, onde eles querem que seja enterrado lá, na maioria eles querem aqui.
CICA- Quando morrem aqui na festa?
PADRE MURILO- Esse ano graças a Deus não houve.
CICA- Não houve nenhuma morte?
PADRE MURILO- Não, tudo pacífico, pacífico essa festa, graças a Deus. Então o livrinho é o instrumento de trabalho do romeiro, na mão do romeiro, e também uma devoção, por exemplo, esse bendito é novo ele é vazado no tema da festa:
      Na minha terra eu vou contar
      Da romaria grande lição
Padre- O romeiro repete:
      Na minha terra eu vou contar
      Da romaria grande lição
      Boa notícia vou proclamar
      Como Maria da visitação (bis)
Padre Murilo- Aí a gente pega e doutrina, por exemplo, Maria da Visitação, eu vou colocar Nossa Senhora fazendo a comunicação da verdade evangélica. “No Juazeiro alegre chora, vendo a beleza meu coração, que diz na reza que a Deus adora, reparte a vida com seu irmão.” São melodias que tão incentivando uma conversão do romeiro, há muitas lágrimas nessas horas, essa é uma hora importantíssima, porque todos os dias de onze a quatorze, três horas da tarde na sala das confissões há uma reunião com os fretantes de romaria com os romeiros, num sei se vocês já assistiram a alguma?
CICA- Não.
PADRE MURILO- Pois é feito pela irmã Anete com esse texto. Mas é bom na hora da reunião, porque ai é a hora da gente medir se o romeiro tá se engajando lá, que eles vão dar o testemunho, eles se levantam e diz: “fizemos isso, e isso. Quem é que tá aqui pra provar?” Ele se levanta e a gente tem que controlar por que se não vai pra seis horas, de três as seis, que só pode ser até as cinco,  são duas horas de reunião, todos os dias.
CICA- Padre Murilo eu gostaria só de terminar a programação da festa. Pode ser?
PADRE MURILO- Terminou com a procissão, despedida do romeiro, aí tem a procissão.
CICA- É porque a gente tava falando da missa do chapéu, o senhor tava falando que não se lembra em que ano que foi instituído.
PADRE MURILO- Não lembro não, mas já tem vinte e tanto anos.
CICA- O senhor lembra qual foi o motivo que levou a criaram a missa do chapéu?
PADRE MURILO- O motivo foi o comodismo, porque a gente passava horas e horas benzendo na sacristia depois das missas, as lembranças que os romeiros traziam, os carros, os caminhões, isso ia tomando um tempo, e a gente ia cansado, ai eu resolvi centralizar, e motivado pela melodia, “adeus, adeus, Maria”, que é uma melodia que imita Fátima, que é “Ave Maria”, eu então fui dando oportunidade ao romeiro colocar dentro das suas categorias de peregrinos a visita oficial da despedida a Nossa Senhora, ocasião em que a gente benze tudo, e depois pastoralmente que nós sabemos que muitas pessoas aqui ao distribuir e ao vender a imagem do santo e do próprio padre Cícero, como a igreja não benze a estátua do padre Cícero, eles diziam: “não precisa benzer não, você leva lá para o Socorro, bota em cima do trono do meu padrinho e tá bento.” Como a nossa pastoral nunca é de confrontar o romeiro, mas canalizar, então eu institui um expediente de benzer, e acabei com a história de colocar santo no túmulo e pensar que tá bento.
CICA- Mas aí na missa pode se benzer a estátua de padre Cícero?
PADRE MURILO- Aí ninguém vai procurar saber se é a estátua de Padre Cícero ou se não é, porque a benção não é dada sobre o objeto, a benção é dada sobre as pessoas que usam o objeto, por isso que eu insisti em fazer aquela distinção, porque aquilo vai está sendo gravado pelo Crato, o Crato grava as coisas para depois discutir teologicamente e eu sou muito aberto, porque tudo que eu falo é irradiado.
CICA- É um jogo aberto?
PADRE MURILO- É um jogo aberto.
CICA- Eu queria saber também por que o chapéu?
PADRE MURILO- Porque o chapéu de palha é um companheiro de todas as horas do romeiro, e antigamente as coisas mudaram, antigamente era falta de respeito você entrar na igreja com chapéu, mas se for o chapéu de palha aí é um ornamento, faz parte da indumentária romeira, então, como a minha visão é popular, se hoje numa festa de casamento se colocar chapéu nas damas para ornamentação e elas entram, por que que o romeiro não pode entrar com o chapéu, e em segundo lugar porque é bonito, é um símbolo de nordestinidade e a nossa romaria minha filha, você é de onde?
CICA- Sou de Fortaleza.
PADRE MURILO- A nossa romaria ela é pura e é nordestina, você não vê isso, nem em Canindé, há uma diferença tão grande entra a romaria, a expressividade da romaria a Juazeiro, do perfil, da silhueta da romaria de Canindé.
CICA- Onde é que o senhor vê essa diferença?
PADRE MURILO- Há muita, primeiramente a romaria de Canindé ela não é nordestina, ela é cearense, riograndense do Norte, e piauiense, embora ela seja maior, a presença do Ceará em Canindé é 200 vezes maior do que a presença do Ceará em Juazeiro, e por quê? Porque aqui no Juazeiro houve as mãos da proibição da hierarquia. Enquanto lá em Canindé fazem é escangalhar. Pra você ver o que é  peso de discurso, coisa que está mudando que todos os dias nós temos caminhões e ônibus da serra grande aqui, e nunca houve isso.
CICA- Nós tivemos oportunidade de encontrar gente de São Benedito, de Viçosa.
PADRE MURILO- De São Benedito não sei quantos. E todo os domingos vêm cinco ônibus de Fortaleza, isso não só significa que a romaria de Juazeiro tá puxando gente de Fortaleza, mas significa que muita gente do interior foi morar em Fortaleza e não perdeu a devoção, quer dizer Fortaleza não...
PADRE MURILO- ... depois há uma diferença também aí entre o comportamento do romeiro daqui e o comportamento do romeiro de Canindé, o romeiro de Canindé vem e volta no mesmo dia, na sua maioria, o romeiro de Juazeiro passa três dias porque vem de mais longe.
CICA- A gente encontrou várias que passam até uma semana, tinha outras que passava quase dez dias.
PADRE MURILO- E vindo pra passar três dias, ele tem que preencher com outros aspectos, então aqui vem o segundo aspecto da festa de Nossa Senhora, ela é um acontecimento religioso, mas é também um acontecimento social.
CICA- Eu queria complementar, no dia quinze há ainda uma procissão a tarde.
PADRE MURILO- É, de Nossa Senhora.
CICA- Nossa Senhora das Dores, as quatro horas da tarde.
PADRE MURILO- Cinco horas.
CICA- E como é organizada essa procissão, como é que ela é a procissão?
PADRE MURILO- Assistiu?
CICA- Assisti.
PADRE MURILO- A procissão é uma ocasião em que a gente quer que as massas que estão na rua parem para festejar o andor, o andor é o triunfo é o aspecto triunfal, a procissão é um triunfo, é uma epopéia,  é cima disto aí que a gente tem que satisfazer ao romeiro simples que quer ver o barroco folclórico, o seiscentismo, em que estandartes associações religiosas, vindas da revigência (sic) espanhola, portuguesa.
CICA- O senhor pode citar pra gente a estrutura da procissão?
PADRE MURILO- A nossa procissão não tem filas, mas as associações ficam dum lado e doutro, perto do carro andor, puxado por uma representação de um colégio, que todo ano pede para vir fazer uma homenagem a Nossa Senhora, como eles brigam na procissão porque brigam no dia sete de setembro na competição de quem melhor toca, tem que ser somente um, esse ano foi o Centro Educacional Moreira de Sousa, então a fanfarra vem, os alunos acham que aquilo ali é o momento de prestar homenagem a Nossa Senhora...
CICA- Os que vêm, vêm na frente?
PADRE MURILO- É, eles vêm na frente puxando as filas das associações, depois, as associações uniformizadas.
CICA- Quais?
PADRE MURILO- Todas, que são Irmandade do Santíssimo Sacramento, mais perto do carro andor, segundo o Apostolado da Oração, e União das Filhas de Maria, Congregação Mariana, Confraria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e as outras das outras paróquias que vem. Este ano nós re-introduzimos uma coisa que não estava sendo cumprida em três ou quatro anos passados, a presença dos atiradores formando um cordão de isolamento  e de proteção para que o romeiro, que quer tocar no andor, que faz promessa de tocar no andor, não toque carregando as flores.
CICA- Mas o romeiro pode tocar no andor?
PADRE MURILO- Toca, tira, fica com as flores, é tudo lá, nós fizemos um carro especial pra eles, cada andor de Nossa Senhora é em cima dum carro próprio, com guidom, sem motor e é empurrado por eles, eles é que empurram.
CICA- Os romeiros?
PADRE MURILO- Os romeiros, os devotos. Uma hora antes da procissão nós colocamos o batalhão de fotógrafos, para tirar fotografias com os romeiros que quiserem, para ver se eles deixem a gente andar direitinho, a procissão, sem atormentar.
CICA- Eu vi você pedindo isso na missa do chapéu.
PADRE MURILO- Porque é uma novela. Bom, aí em seguida nós damos um percurso pequeno, porque a nossa intenção é conseguir que para o ano nem essas banquinhas fiquem aí, para poder a gente encerrar patrioticamente, o encerramento da procissão consta de dois minutinhos ou três de louvor a Nossa Senhora, renova-se a demonstração do adeus, então nós entregamos ao resto um agradecimentos aos romeiros feito por fogos de artifício.
CICA- O senhor falou que nem colocasse as banquinhas. Quais as banquinhas?
PADRE MURILO- Umas banquinhas portáteis que tem naquela pracinha em frente a Matriz, que dificulta o carro andor chegar até ao centro, mas esse ano não conseguimos ainda, conseguimos o espaço, mas não conseguimos...
CICA- Aí se encerra oficialmente a festa com a procissão de Nossa Senhora das Dores.
PADRE MURILO- E à partir do último pingo de fogo transfeito em lágrima, que cai da torre da igreja, os romeiros vão embora, com choro, com lágrima, a noite inteira ninguém dorme nessa noite. Não sei onde é que vocês estavam hospedados, mas sei que...
CICA-  A gente ficou aqui na praça durante a noite vendo os romeiros indo embora, ficou olhando exatamente o movimento, a gente olhou a praça se desfazendo.
PADRE MURILO- Tristeza, uma sensação de coisa acabando.
CICA- O senhor podia falar um pouquinho também sobre esse aspecto social  e comunitário da festa?
PADRE MURILO- O aspecto social, é que antes da festa a gente convoca uma comissão da cidade, os líderes da cidade, as organizações que alimentam a cidade, como CAGECE, a COELCE, a Maçonaria, para uma operação romeiro.
CICA- Isso aí já é a própria organização da festa?
PADRE MURILO- Já é a organização da festa que motiva.
CICA- Quanto tempo de antecedência?
PADRE MURILO- Muito tempo, é no mês de agosto, geralmente eu lanço a festa no dia vinte de agosto, então para o dia vinte de agosto já acontece a primeira reunião com as lideranças.
CICA- Mas antes o senhor já tem preparado toda a programação da festa?
PADRE MURILO- Toda.
CICA- A programação é programada por quem?
PADRE MURILO- Pela equipe de pastoral. O conselho pastoral se reúne, eu digo do temário, etc., entrego...
EDVAR- A partir de quando mais ou menos?
PADRE MURILO- Na primeira semana de agosto. Aí eu digo o tema, ou peço sugestões. No fim de julho eu faço uma reunião com o conselho paroquial, perguntando se não querem mudar o esquema da festa, se querem voltar para as barracas, pra leilões, etc., eu faço essa pergunta. Então a nossa festa é muito simples porque não tem arrecadação financeira, tem um ofertório de livre e espontânea vontade que dividido nas noites pelas categorias, as pessoas entregam na hora da missa.
CICA- O senhor tava dizendo que congrega várias associações a partir do dia vinte para...?
PADRE MURILO- A partir do dia vinte para fazer o esquema da festa, os noitadas, por exemplo, a gente pega aqui e diz o seguinte: noite da Pastoral da Juventude, os jovens vão escolher o dia que quer da festa. “Queremos no Domingo, padre, porque só no domingo que nós podemos tá todos juntos.” Então eles tão aqui no domingo dia três, e assim por diante.
CICA- Cada noitário escolhe o que ele quer.
Padre- Escolhe o dia que ele quer.
Cica- A casa em que a santa é louvada durante a noite é escolhida por quem?
PADRE MURILO- É escolhida pelos bairros. A gente escolhe um dos bairros da cidade.
CICA- Mas o senhor que escolhe, ou a própria comunidade?
PADRE MURILO- Não, a própria comunidade.
CICA- Decide a casa que vai?
PADRE MURILO - Vem: “fulano de tal pediu. O que é que vocês acham?” “Ótimo, tudo certo.” Por isso eu não tenho trabalho nisso aqui, o meu trabalho maior é o com o aspecto chamado comunitário, quer dizer, vem ser esse imediatismo que Juazeiro sofre porque é uma cidade pobre que vê suas ruas ficarem da noite para o dia cheias de pessoas que de qualquer maneira deixam dinheiro na cidade, então nós vemos um deslocamento de pessoas que podiam está ajudando a comunidade, teve necessidade de se exporem às romarias e ganharem um pouquinho mais naqueles dias, porque é um tempo rico de presença de gente, de vendedores, de tudo, então a comunidade fica com as primeiras noites da novena, porque das três em diante os romeiros tomam conta da cidade, ou então tomam conta das pessoas que por causa deles vão ter que dar noites e noites de trabalho sem dormir, pessoas que alugam sua casa e vem morar na casa da sogra, alugam pra hospedar romeiros por um milhão, por exemplo, durante os três dias, pra cem pessoas, e com esse milhão que recebe compra numa casa, santos, imagens, em consignação bota uma banquinha, tá ganhando lá e tá ganhando cá, então isso é muito comum nas camadas mais baixais do comércio. É também comunitário porque, como você viu pelo programa, as classes exercem de uma maneira muito responsável e livre, o exercício da partilha, vem doar, homem do campo vem trazer, não vou buscar em casa de ninguém, coloco um dispositivo aí ele vem trazer a oferta, o óbulo da festa de Nossa Senhora. Porque na zona rural geralmente está ligado a um pedido feito do durante a seca, quando o inverno tá ameaçando, se eles conseguirem safrejar suficientemente, trariam uma cuia de milho, uma cuia de arroz, uma cuia de feijão, de fava, que nós temos aí todos aqueles nomes de pessoas que vieram contribuir dessa maneira, é a noite do agricultor. E assim a sociedade vai se envolvendo toda, as pessoas compram uma roupinha melhor, se apresentam na festa, eles num podem sair todos de casa, sai um pra num deixar a casa pra evitar que roubem, e toda a comunidade é embalada, se torna uma festa da comunidade.
CICA- E essas associações que o senhor convida, elas fazem o quê? O senhor disse que também convida a CAGECE?
PADRE MURILO- Essas associações elas são convidadas a darem um duro para acolher bem o romeiro durante a festa e se mobilizarem .
CICA- Cada uma fica responsável por o que ela vai fazer?
PADRE MURILO- Por exemplo, Tiro de Guerra, ai nós deixamos a operação romeiro, vai desde o desejo de controlar a entrada do romeiro até a mobilização, por exemplo, Secretaria da Saúde vai se encarregar de colocar cinco, seis postos, ou farmácias de emergências, por exemplo, aqui nós já tivemos duzentas e tantas pessoas durante esses dias de romaria, os hospitais, não fazerem tanta exigência para  atender o romeiro, não tem documento, não tem INPS, então se compromete. Tava lá na reunião o presidente dos hospitais, vamos abrir um espaço de leitos, etc., pra atender o romeiro. Aí vem o da COELCE, vem o da CAGECE, vem o da Segurança, cada um fica responsável por sua parte, o Lions Club que deu um duro maior do mundo, os Escoteiros, os voluntários, a polícia mirim, aí vem a segurança reforçada na cidade em vários setores. Isso se chama Operação Romeiro. As emissoras que defendem cinqüenta por cento deles, publicam, ficam a disposição, vão entrevistar o romeiro. Os padres das comunidades todas, por exemplo, o padre que vai celebrar no Horto, saber que a pregação deve ser em comum com o tema da festa. Toda a cidade é dividida, cada padre recebeu o programa, a programação, dá presença, porque só assim a gente quer fazer esse...
CICA- Uma pessoa que quer botar uma barraca lá na praça, precisa pedir autorização a igreja?
PADRE MURILO- Não, só a Prefeitura. A única coisa que a gente pede é que não coloque em cima do patamar.
CICA- Mas a pessoa se inscreve na prefeitura?
PADRE MURILO- Se inscreve na prefeitura.
CICA- Recebe algum crachá?
PADRE MURILO- Recebe e não cobra nada.
CICA- E a pessoa recebe algum canto pra ficar ou a pessoa que escolhe?
PADRE MURILO- É marcado, remarcado, e brigado um mês antes.
CICA- Cada um já sabe aonde é que vai ficar.
PADRE MURILO- Sabe, o dia que sair o compromisso.
CICA- É sorteado isso?
PADRE MURILO- Não, é não, vem os tradicionais, os mais antigos, cada prefeito dá um colorido novo.
CICA- Por que é que a festa daqui não faz opção pelo leilão, que é muito comum nas festas de santos no interior?
PADRE MURILO- Fui eu que acabei. O leilão discrimina, fica realmente aquele rico, e os pobre olhando, e muitas vezes com raiva.
CICA- Qual é o nome do senhor?
PADRE MURILO- Francisco Murilo de Sá Barreto.
CICA- E há quanto tempo o senhor está aqui na paróquia?
PADRE MURILO- Desde do dia seis de fevereiro de mil novecentos e cinqüenta e oito (1958).
CICA- Trinta anos?
PADRE MURILO- Com um mês e quinze dias de padre. Trinta e um.
CICA- Realmente o senhor deve gostar muito daqui?
PADRE MURILO- É, eu acho bom, eu me canso, me mato, sei que a minha vida vai ser mais breve por causa do cansaço, num tem quem agüente, todo mundo ficou dormindo no outro dia, eu me levantei as quatro e meia.
CICA – Mas em compensação o senhor é uma pessoa muito querida pelos romeiros.
PADRE MURILO- Bom, é que o romeiro pra mim, eu sou sincero, é uma pessoa de Deus, antes de mais nada, eu vejo no romeiro aquilo que eu prego, pra mim eles são os bem aventurados.
CICA- O senhor mostra pra gente que não descrimina o romeiro?
PADRE MURILO- Pelo contrário, me desgasto, pego briga aqui quando um caba bole com um romeiro.
CICA- Você trabalha o romeiro em cima da catequese.
PADRE MURILO- Em cima da evangelização.
CICA- Aproveita os dias da romaria pra fazer a catequese. Se pra cada festa, que acontece aqui, no caso das Dores, Finados, Nossa Senhora da Candeias, se há toda essa organização por parte da paróquia?
PADRE MURILO- Há, por exemplo, a Romaria de novembro vai ser maior, porque cada romeiro que assistiu e gostou, vai trazer um, não precisa você fazer propaganda de romaria no Juazeiro, receba bem o romeiro, que é ele quem vai dizer que rancheiro fulano de tal é ladrão, que beltrano não atende ele, nem que o padre fulano de tal acolhe você, então eu vou olhar. A festa de novembro desse ano já vai ser muito grande, por quê?  Porque agora houve umas coincidências sérias, as chuvas em Alagoas, as enchentes no Recife, vai enricar fortemente a romaria aqui. Então, como eles não podem deixar de vir, vão vir na festa em novembro. Se você puder vir, venha pra ver, pra ver o confronto. Em novembro vem também estudante demais, porque é feriado, aumenta muito, e é também muito animado, porque a romaria ainda tem um aspecto..., a festa da padroeira também ainda tem um aspecto social muito forte, comunitário, é porque ela é um momento de lazer, essas pessoas que vivem morrendo de trabalhar lá no cabo da inchada, na zona da mata, elas vem pra aqui se encontrar, dançar em carrossel, ir pra festa, etc., ir pro cinema, que nunca mais foi com a coisa, esse tipo de coisa.
EDVAR- Quando o senhor foi ordenado?
PADRE MURILO- Eu me ordenei em quinze de dezembro de cinqüenta e sete.
EDVAR- Como foi essa decisão, o senhor tinha já tinha alguma ligação com Juazeiro?
PADRE MURILO- Não, é o seguinte, a gente se ordena e o bispo bota pro lugar que quer, nem consulta a gente. Ele se dando bem a gente devolve ao bispo o desejo de ficar, ou de sair, se colocar a disposição. Quando eu me ordenei em cinqüenta e sete, seu bispo me mandou pra aqui dizendo que comigo enviou três colegas do meu tipo, com a mesma mentalidade. Depois de um mês ele mudou de ponto de vista, dividiu a cidade com outra paróquia, Padre Onofre, ficamos nós dois. O padre velho não podia mais, eu fiquei agüentando o banzeiro de lá pra cá, até hoje. Hoje nós somos duas paróquias, mais dois religiosos, quatro, e agora vamos ter uma, cinco.
EDVAR- Como é que o senhor observa a evolução desses anos que o senhor está aqui, tanto, por exemplo, do ponto de vista do crescimento quantitativo, igualmente na presença de romeiros, e do ponto de vista da devoção, quer dizer o que tem mudado no aspecto devocional?
 PADRE MURILO- O aumento da romaria tem se dado face a esse meios de comunicação, televisão, rádio, face também é uma mudança de enfoque feita por alguns bispos, padres, a respeito do Juazeiro, uns certos lances de simpatia, a pastoral também introduziu as romarias da terra, que dizer aproveitada aquilo que religiosidade popular já tinha consagrado, e incentivou fortemente. Então nós estamos diante de coisas novas. Por outro lado a posição da hierarquia face ao Padre Cícero cresceu, nesse sentido de evitar confrontos,  atitudes drásticas, e abriu um pouco mais para se valorizar dentro das exigências da igreja de Medelin, da igreja de Puebla, a religiosidade popular e a envolvência do padre Cícero, que é um apenado na igreja. E por outro lado, que a razão maior é essa, os romeiros começaram a ser assistido, orientados, essa orientação aqui na paróquia ela tem uma organização, quer dizer, a paróquia aceita o desafio de ser um centro de romaria, e eu fui tateando nos primeiros anos, sendo o pároco mas não sendo um técnico, até que eu cheguei a conclusão que para eu interpretar todo o mundo religioso do romeiro, eu teria que ter dicas e posição científica, então, eu recebo a oferta das irmãs Cônegas de Santo Agostinho, com tese em doutoração sobre psicologia de religião, para um primeiro estudo do fenômeno, e pedir que elas encaminhassem o estudo para servir a pastoral, não simplesmente pra doutorar, colocar ali na estante, mas que fosse um serviço, numa bandeja oferecida a pastoral. A partir daí a gente começou a se organizar, a formar equipe, a estudar, a conversar com o romeiro, a gravar, a cantar, a não tirar o espaço religioso do romeiro. A igreja oficial em Canindé ela quase não dá vez  voz ao romeiro, porque o calendário é oficial, são missas e rituais da igreja de cima pra baixo, nós preferimos criar um espaço em que o romeiro chegasse do jeito que quisesse, cantasse o que quisesse, louvasse o que quisesse, e depois em razão duma troca, eles fossem sensíveis aos convites que a gente ia fazer para a preparação do batismo, para a preparação das confissões, para preparação dos casamentos, pra não vir pra aqui sem falar com o seu vigário, sem ser orientado. Isso transformou o nosso trabalho numa pastoral de romaria, pastoral de romaria que os vigários começaram a abraçar, porque descobriram que estavam perdendo uma grande oportunidade de ter muitos fiéis engajados em seus vários movimentos lá na paróquia, e então entra em jogo o trabalho das irmãs, a formação de agentes missionários leigos, a preocupação com os jovens engajados com a pastoral, mais de cem jovens trabalharam nessa festa, e trabalharam com dedicação, com amor. Por que? Porque o romeiro deixou de ser um incômodo e tornou-se um companheiro de luta, e essa mudança fez crescer e se organizar o romeiro, nós temos humildade mas temos convicção de que sabemos o que queremos e para onde vamos, levar a proposta da palavra de Deus ao homem que se espacializa aqui no Juazeiro, independente das questões pendentes,  da honestidade ou não do processo de romaria no Juazeiro, quer dizer, não vou perder tempo pra saber se aqui houve um milagre ou não houve para o romeiro vir, eu vou a partir do fato, ele está, e descobrir os motivos porque ele se transporta pra Juazeiro e não pra Barbalha, ou para o Crato que era a terra de Padre Cícero, ele tá aqui, então enfrentando isso aqui o que é que eu posso fazer? Servir a ele com fraternidade, procurando humanizar a romaria, depois nós tiramos cinqüenta por cento do purificatório das romarias, essa espécie de catar se o romeiro vem e quer massacrar-se com pedra na cabeça, milho no joelho, vestes pesadas, nós fomos sublimando um pouco, tirando isso e achando que eles já são sofridos.
CICA- O senhor falava na missa?
PADRE MURILO- Nas reuniões, na missa, na catequese, na hora do batismo.
EDVAR- No início, nesses anos que o senhor passou, o senhor observa naquele início havia muito isso?
PADRE MURILO- Demais, subiam ao Horto de joelho, entravam na igreja com pedra na cabeça, de joelho, pés furados, agora mesmo eu mudei uma promessa duma senhora que há vinte anos vem sem sapato, expliquei a ela que...
EDVAR- O senhor conseguiu convencer?
PADRE MURILO- Expliquei a ela que isso tava ofendendo a ela, as varizes dela aumentavam, o médico, tá aqui o atestado médico, porque o seguinte, a igreja não pode, a igreja tem que ser libertadora, “a igreja nãovai querer isso, ela vai querer que a senhora faça uma modificação interior, vamos amarrar um pouco a língua por exemplo, falar menos, etc.” e ela saiu convencida, havia muito isso, ainda há, mas a gente tá chegando lá aos poucos.
EDVAR- Esse aspecto que antigamente, não só aqui mas em todo Nordeste, essa questão dos beatos, essas pessoas que se dedicam mais..., que tem tendência de ser... isso ainda existe? O senhor viu se nesses anos vem diminuindo, se ainda tem?
PADRE MURILO- O beatério, que é a organização dos beatos, ela transparece pra nós o desejo de uma organização da igreja popular, quer dizer, pessoas que querem servir a Deus, que escutaram pelos ditos que existe esse tipo de consagração na Europa, através das ordens religiosas, e que não podem ir a Europa pra se tornar uma delas, que podem aqui viver a maneira Nordestina. Padre Ibiapina então pegando essa parte de motivação, transformou em serviços aos pobres, aos humildes, aos órfãos, aí nasceu a organização da Casa de caridade, organização popular, feita com mutirão, em que moças da sociedade consagraram seu corpo e sua vida a viver a abstinência do sexo para trabalhar pela causa da catequese, dos pobres, isso foi dando uma orientação, um código de postura, de exigências e fundaram-se em todo Nordeste, umas não puderam ficar porque sofriam de distúrbios mentais, etc., alguma paranóia mas não perderam a vocação, de volta se agregavam as suas paróquias numa periferia religiosa, não eram oficialmente beatas mas viviam com suas roupas, suas franjas, seus colarinhos, seus aventais, suas coisas de beata, e o povo reconhecia como beata, porque e a linguagem do povo não vai esperar uma oficialização não, dela conversa em torno disso. Hoje em dia está mais difícil mas ainda existem muitos aqui em Juazeiro, pessoas que fazem voto de serviço a igreja através da consagração, da dedicação, da obediência, mas sem  formar comunidade primitiva dos beatos, que no tempo do padre Cícero era muito forte.
EDVAR- Inclusive do ponto de vista da organizações econômica das comunidades de produzir em comum.
PADRE MURILO- E traziam voto, traziam o dote, que era uma ajuda que traziam a sociedade, elas se mantinham, hoje ainda há isso muito fortemente, há grupos que estão re-descobrindo essa congregação leiga, serviço leigo, a devoção leiga, a vida comunitária, os trabalhos, no caminho do Horto há muita espécie disso, há casos que estão surgindo com experiência religiosa, três, quatro pessoas trabalhando junto, vivendo junto, como missionários.
EDVAR- Nós vimos aqui nessa festa alguns remanescentes de índios. O que é exatamente aquele grupo?
PADRE MURILO- É um grupo que veio de Santa Brígida.
CICA- Aonde?
PADRE MURILO- Na Bahia. Então eles vêm por causa da dona Dodô que é uma líder religiosa.
CICA- Mora no Horto.
PADRE MURILO- Aqui mora no caminho do Horto, mas ela é de Santa Brígida, uma cidade em que eles estão em comunhão com a igreja mas eles exercem o comunitarismo, quer dizer, eles plantam em comum, colhem em comum, vivem em casa isoladas mas dentro da organização rural, há imitação dos tributos judeus, é claro, a imitação distante...

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